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domingo, 31 de julho de 2011

VIVA A MANOEL FÉLIX DO VALE, ESSE NOBRE MARINHEIRO !

* Artigo nosso publicado hoje (31/07/2011)  no Blog Costa Branca News (www.costabrancanews.com)
 
Suposta Imagem original  de   N.  S. dos
Navegantes, recentemente  encontrada
em Ponta do Mel
A grande importância das Festividades de Nossa Senhora dos Navegantes este ano em Areia Branca não se resumem ao fato de ser a comemoração de seu Centenário. Vai muito mais além. É que esta festa nasceu do povo.

Não foram Conselhos Eclesiásticos ou nenhuma outra autoridade religiosa que inspiraram o evento, mas a fé de um marítimo-maquinista, homem da gente areia-branquense, chamado Manoel Félix do Vale, que, em maio de 1911, mergulhou em águas bravias para cortar uma corda enroscada na hélice do Vapor Assu, que rebocava a embarcação “Sucesso” de Areia Branca à Cidade do Recife, comprometendo-se consigo e com Deus, caso triunfasse, a comprar uma imagem de Nossa Senhora dos Navegantes para, todos os anos, realizar uma procissão no Rio Ivipanim. O ato heróico salvou os barcos, sua própria vida e a de todos os tripulantes. E ele, ao retornar, deu início ao cumprimento da promessa.
Contudo, houve muitas pedras na trajetória histórica da celebração à Virgem dos Navegantes areia-branquense até que se tornasse o esplendor que é hoje. Fala-se que a idéia de um cortejo marítimo de veneração à Santa dos Marinheiros não foi bem aceita pelo Clero local que, naturalmente, influenciava o pensamento dos representantes político-administrativos da época. E isso, certamente, deve ter sido um dos mais importantes fatores que tornaram muito difícil sustentar a penitência.
 
Procissão na época de barcos à vela e nos tempos de hoje
A dificuldade de manter seu compromisso com a Senhora dos Marítimos talvez tenha sido uma das razões do Marujo Félix ter-se ido de Areia Branca, deixando aqui a Imagem, que, posteriormente, foi levada para Ponta do Mel por seus familiares. Mas, apesar de todos os obstáculos e intempéries, e a exemplo de toda fé que nasce do seio popular, como aconteceu com as “Crianças de Fátima” em Portugal, com Joana D’Arc na França e com tantos outros, a profissão de fé dum marinheiro se transformou em identidade religiosa do povo areia-branquense, fundindo-se, logo, à sua cultura e à sua tradição.
Por isso é que a Celebração deste ano é tão importante. É um Centenário que relembra o jeito de crer de uma gente e sua maneira de demonstrar gratidão a Deus e aos Santos.  E se não fosse assim, uma festa de fé popular, provavelmente, poderiam passar cem, duzentos... mil anos e poucos se importariam com ela. Então, digamos Viva a Manoel Félix do Vale, esse nobre marinheiro, e a Nossa Senhora dos Navegantes, de Areia Branca!

sexta-feira, 29 de julho de 2011

O MEMORIALISMO DE JAIRO JOSINO DE MEDEIROS

* Artigo de nossa autoria publicado no Blog Costa Branca News em 16 de janeiro de 2011.



Escritor Jairo Josino de Medeiros
Ontem, sexta-feira, 14/01/2011, houve o lançamento, em Areia Branca, do livro Silhuetas do Tempo, do prático, político, escritor e intelectual Jairo Josino de Medeiros, cearense de nascimento e areia-branquense por amor à Terra do Sal. Tive a oportunidade e a honra de ler esse belo trabalho antes de ser lançado oficialmente. Meu grande amigo, o sindicalista, e também gênio e intelectual, Chico Ventura, que foi uma espécie de braço direito do escritor na organização da cerimônia na Câmara Municipal, concedeu-me temporariamente uma cópia da obra há três dias.

É mais um livro que aborda o passado da Cidade e enquadra-se num estilo comumente denominado de “memorialista” que, com naturalidade, vem sempre acoplado a uma pitada de saudosismo. Mas, em Silhuetas do Tempo há um diferencial: os textos são predominantemente “realistas”. Haveria neles um quer que seja de “saudosismo real”. Ou de “realismo saudoso”. Talvez, uma mescla dos dois. O fato é que Jairo tratou de falar sobre as personalidades e o passado de Areia Branca de uma maneira clara, direta e objetiva. Ele evitou, na maioria das vezes, que o sentimentalismo alimentado pela saudade da romântica cidadezinha de antigamente se sobrepusesse ao “mundo existencial” daqueles tempos. Seria um retrato muito próximo da verdade real. Mesmo nas poucas vezes em que, como todo areia-branquense apaixonado pelo seu chão salitrado, cedeu à emoção, o escritor não deixou de marcar com “ferro quente” o seu “estilo racional”, detalhe que se pode notar bem neste trecho da página 120: “... Tudo me lembra Areia Branca. O Clima, o vento quente das salinas, o ‘Beco do Carago’, a igreja, o ‘Campo da Saudade’, vizinho ao Cemitério – este depósito de tantos amigos e de tantos vermes...”.
 
CAPA LIVRO E isso não é tudo. Como diferencial, Silhuetas do Tempo consegue ainda dar um passo mais adiante. Com o mesmo tom de realismo e praticidade, exatamente com a mesma categoria, Josino nos conta sobre a vida das mais importantes personalidades da história areia-branquense e fala também sobre as pequenas lendas e o modo de ser de pescadores, como Leôncio Fonseca e Neco Pançudo. Ele cuida, portanto, de uma Areia Branca Universal, de ricos e de pobres, de famosos e de desconhecidos... de uma cidade indivisível. Quando entende que tem que tecer elogios, utiliza-se de palavras “secas” e diretas, sem ornamentos. Quando precisa criticar, não ameniza. Sua balança tem o mesmo peso. Ele usa sempre a mesma arma e munição.

Portanto, para os areia-branquenses mais jovens que quiserem saber como era, de fato, a Cidade em épocas distantes, o memorialismo de Silhuetas do Tempo, que considero uma das melhores obras do gênero em Areia Branca, é uma escolha formidável. É também uma excelente opção para “forasteiros” que desejarem aprender sobre a Nossa Ilha. Apenas advirto a eles, os de outras bandas, sobre o risco de acabarem morrendo de amores pelo povo, pelas águas, pelos ares e pelos solos salitrados que se encontram por aqui, porque, como bem destaca Jairo Josino, “A terra que dá o sal se entranha de tal maneira na vida da gente que, quando você mal percebe, está apaixonado por ela”. E que coisa boa é saber que, desse perigo, eu estou livre! É que já nasci areia-branquense e, no mesmo instante, também enamorado por este lugar... e foi assim mesmo... logo ali... na Maternidade Sarah Kubitschek.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

A INTERIORIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA: UMA AMEAÇA A AREIA BRANCA E À "COSTA DO SAL"


* Artigo de nossa autoria publicado no Blog Costa Branca News em 2 de fevereiro de 2011.


O Mapa da Violência 2010, um estudo realizado pelo Instituto Sangari (in: http://www.institutosangari.org.br/mapadaviolencia/), revela, entre outros desenlaces, que está havendo um fenômeno de Interiorização da Violência.

O trabalho é uma pesquisa que analisa os índices de homicídios nos municípios brasileiros de 1997 a 2007. É claro que a apreciação do tema Violência envolve inúmeros outros fatores, mas um estudo como esse, ainda que examine apenas informações sobre mortes por homicídio, tem um peso significativo na discussão do assunto e, dificilmente, poderá ser desconsiderado como um ponto de referência.

O dado que mais chama atenção nesse Mapa 2010 é que o pólo de crescimento da violência passou a concentrar-se no interior dos estados. Nas grandes capitais e regiões metropolitanas, observa-se estagnação e queda dos índices. De 1997 a 2007, as taxas de homicídios caíram de 45,7 por cem mil habitantes para 36,6 nas capitais e de 48,4 para 36,6 nas regiões metropolitanas. No Interior dos Estados, houve elevação de 13,6 homicídios por cem mil habitantes para 18,5 no mesmo período. É bom que se atente para o fato de que isso não indica que os números e índices de violência nas capitais e grandes aglomerações metropolitanas são menores que nas cidades interioranas, senão que, como está explícito no início do parágrafo, o crescimento das taxas de homicídios é que converge, agora, para o Interior dos Estados.

Entre as várias razões da migração desse crescimento, uma tem interesse especial para Areia Branca: é o surgimento de centros de desenvolvimento econômico em cidades do interior, que se tornam atraentes para investimentos, mas que atraem, também, a criminalidade. Nossa Cidade e os outros municípios da “Costa do Sal”, por serem terras de grandes potencialidades turísticas e econômicas devido ao imenso litoral, às indústrias salineira, do petróleo e do setor pesqueiro, e outros, podem estourar, não duvidem, a qualquer momento, como a região de maior influência na economia do Rio Grande do Norte. E no meio desse “boom”, igualmente não tenham dúvida, virá o crescimento da violência.

Diante dessa tenebrosa perspectiva, da visível ausência de modernos esquemas de proteção do Estado nas pequenas cidades do Interior e visto que, desde a instituição do Plano Nacional de Segurança em 1999 e do Fundo Nacional de Segurança em 2001, as prioridades são as capitais e as grandes cidades, há que se pensar, planejar e implantar, agora, um programa de segurança para Areia Branca. Nos noticiários, já se pode notar os primeiros sinais do aumento da criminalidade na Região. Por isso, não é mais aceitável tardar em tomar-se uma atitude. Certo é que providências pontuais até foram empregadas, como a tentativa de instalação de uma barreira policial na entrada da Cidade que, embora não tenham sido revelados dados estatísticos, enquanto funcionou, deve ter realmente contribuído para a diminuição dos crimes. No entanto, crer em que um ato isolado como esse pode resolver o problema da violência em Areia Branca é um pensamento reducionista para uma questão muito mais complexa do que se pode imaginar.

Portanto, a solução envolve uma estruturação mais ampla das medidas, como acontece, por exemplo, em relação ao Turismo, onde há até mesmo uma associação de municípios: o Pólo de Turismo Costa Branca. Mas, obviamente, o detalhamento de um plano como esse é um tipo de debate que já extrapola a esfera deste mero artigo. É uma tarefa que fica a cargo de gestores, políticos, autoridades e especialista no tema. ... E, enquanto isso, nossa Cidade por eles espera...

UM FUTURO DIFÍCIL PARA AS OPOSIÇÕES EM AREIA BRANCA

*Artigo de nossa autoria publicado no Blog Costa Branca News em 18 de abril de 2011.



O acúmulo de derrotas nos últimos pleitos majoritários é um prenúncio de que tempos muitos difíceis virão para as oposições areia-branquenses. Isso é uma evidência que não se pode negar, porque, de fato, quatros fracassos consecutivos não acontecem à toa.

União de Souza e Bruno decretou falência do
Sistema Oposicionista
Essa realidade é o resultado do frágil contrapeso dos oposicionistas, assentados em métodos ultrapassados de fazer política e de governar, de encontro ao rolo compressor da eficiência político-administrativa do atual grupo que detém o poder.

Tudo começou há cerca de 14 anos, quando o “Brunismo” deu início a uma nova forma de administrar até então desconhecida pelos areia-branquenses. E, depois, o recém-nascido estilo de gerir foi e tem sido ampliado, modernizado e aperfeiçoado nesses 6 anos de “Souzismo”.

Os governistas descentralizaram a gestão, delegando poderes a gerentes e coordenadores, que levaram os benefícios dos programas sociais do governo municipal diretamente à população, sem que houvesse interferência de lideranças locais. Assim, foi eliminada a antiga dependência da administração central em relação aos chefes políticos localistas, principalmente nas áreas rurais, onde as oposições eram mais fortes. A administração saiu dos gabinetes e foi até o povo, que sentiu orgulho de ser lembrado e valorizado, além receber, diretamente das mãos do Poder Público, as benfeitorias a que tinha direito e nunca havia recebido.

Centro de Educação Infantil Luiz Breno
 Escolas, creches, unidades de saúde e complexos esportivos foram construídos, restaurados e modernizados, diminuindo cada vez mais a necessidade de deslocamento à sede do município dos moradores da zona rural. No centro da cidade, as unidades de saúde passaram a contar com médicos e outros profissionais especialistas em diversas áreas. Todos esses eram fatos inimagináveis em Areia Branca quando as atuais oposições detinham o comando.

A administração municipal bateu à porta das pessoas com Programas de Saúde da Família, buscando descobrir os problemas antes que se agravassem e saíssem da esfera das Ações Preventivas. Do mesmo modo, “entrou-se nas salas de aula” com Programas de Saúde na Escola. O povo não precisou mais ir até o governo, porque este se instalou dentro de suas escolas e de sua própria casa para ajudá-lo. E eliminou-se, dessa maneira, a figura do antiquado político localista dos anos 80 e início dos 90 do século passado, que prestava assistência social às antigas populações desamparadas como forma de obter prestígio popular.  

Retomada das obras do Hospital Sarah depende de liberação
de verba do Governo do Estado 
No tocante à “saúde curativa”, a demora do Governo do Estado em dar sua contrapartida para concluir as obras do Hospital Sarah Kubitschek atinge diretamente as oposições areia-branquenses, que são representantes da gestão estadual na cidade. O fato realmente tem causado um desgaste adicional para os oposicionistas e, embora a contraparte do Poder Estadual possa alavancar ainda mais a popularidade do governo municipal, se ela não vier, o desgaste em questão poderá se converter no primeiro passo para a completa digestão das oposições em Areia Branca.

Lançamento da pedra fundamental do
Centro Cultural Miramar
A política salarial do governo atual, que não registra em seu histórico um mês sequer de atraso, fortaleceu o comércio local, que passou a ter confiança para oferecer crédito aos areia-branquenses. O contraste de pagar os salários dentro do mês trabalhado, que acontece nos dias de hoje, em relação aos cerca de 11 meses de atraso de pagamentos no final 1996, quando as oposições ainda estavam no poder, mostra o quão distante está o bloco governista para ser alcançado e ameaçado de perder o comando. O servidor público e a população em geral já não aceitam ter seus direitos desrespeitados e, certamente, não quererão devolver o poder a quem não lhes deu valor. O povo, faz tempo, deixou de ser ingênuo.

Numa demonstração de coragem, em meio a uma crise econômica que atingiu o mundo inteiro, o município implantou políticas habitacionais, muitas delas com recursos próprios, que resultaram na construção de aproximadamente 600 moradias. Mais uma vez, o governo não esperou por reclames nem recorreu à intermediação de lideranças localistas. Fez o contato diretamente com as populações carentes, oferecendo-lhes a oportunidade de ter sua casa própria.


Carnaval de Areia Branca, o maior do Estado
 O discurso das oposições é neutralizado em todos os setores pelos resultados das ações governamentais. Por exemplo, a cobrança da reconstrução do Cine Miramar, como forma de resgatar a cultura areia-branquense, perde o senso lógico, quando se sabe que, na época do governo das oposições, o cinema já estava condenado a desmoronar e nada foi feito. Também, naquele tempo, não se via em Areia Branca nenhuma ação de governo de incentivo à cultura popular, como se vê, na atualidade, nos Festivais de Teatro e de Músicas que, no ano passado, fizeram com que grupos de cultura locais ganhassem prêmios em nível nacional, levando o areia-branquense a orgulhar-se de sua Terra em qualquer lugar do país. Ainda, nos 20 anos de administração das oposições, era triste ver o povo carente, durante o carnaval, ficar parado do lado de fora do Ivipanim Clube, escutando as marchinhas de carnaval tocadas somente para as elites, que podiam pagar o ingresso. O governo de hoje levou o carnaval para as ruas e qualquer cidadão pode dançar ao som de bandas de renome, sem ter que gastar um centavo. Isso não foi tudo, o novo carnaval se converteu em mais uma oportunidade de trabalho para pessoas comuns e de investimentos para o empresariado. A cidade hoje é conhecida como palco do maior carnaval do Estado.
  
Devido a dois afastamentos dos governistas por decisões judiciais, um na segunda gestão de Bruno e, outro, na primeira de Souza, as oposições tiveram a chance de frear o rolo compressor do Souza-Brunismo. Não puderam ou não souberam. E os maus resultados dessas duas oportunidades em que os oposicionistas assumiram o poder foram o maior “cabo eleitoral” para as vitórias de Souza nas últimas duas eleições municipais. O povo não pôde deixar de comparar os dois blocos políticos e fez a sua escolha.

Oposições em Areia Branca
Enfim, levando-se em conta que manter a eficiência da máquina administrativa, cumprir as obrigações legais, fiscais e salariais não vão além de uma obrigação do poder público, não resta dúvida que um governo moderno é julgado pela capacidade de oferecer e aumentar, de maneira eficiente, as oportunidades de acesso da população à Educação, à Saúde, à Cultura e à Segurança. E a realidade local nos mostra que, há muito tempo, os governistas assumiram a vanguarda desse processo. Assim, vê-se que a estrada das oposições areia-branquenses para retomar o poder se encontra recheada de obstáculos quase intransponíveis. Como conseqüência, há a necessidade de refazer caminhos. E, para isso, os oposicionistas têm que marcar posição para que exista um ponto referencial de onde se vai partir. E o primeiro passo seria a auto-avaliação e o reconhecimento de que estão derrotados. Não é aceitável que se perca quatro eleições consecutivas e, cada um, individualmente, queira-se acomodar e viver de glórias do passado, colocando a culpa do fracasso no companheiro. É preciso demarcar o terreno que restou e daí elaborar um projeto que supere a inegável eficiência político-administrativa do governismo e o carisma de seus líderes. É crucial criar propostas que possam retomar a vanguarda do processo de desenvolvimento no município. E o mais difícil, e quase impossível, é que se tem, a todo custo, que fazer com que o povo acredite em todos esses planos, ainda que eles estejam saindo de um grupo que já esteve mais de vinte anos no poder e nunca tenha elaborado nem realizado nada dessa natureza. Fazer tudo isso, portanto, é absolutamente necessário, pois, caso contrário, as oposições areia-branquenses correm o risco de, no difícil caminho de volta ao poder, afundarem-se na areia movediça de seus próprios desencontros e desaparecerem para sempre.


terça-feira, 26 de julho de 2011

EM FASE DE TESTE

Webleitores,


O Blog ainda continua em fase de construção e testes. Por enquanto, estamos postando somente textos nossos que já foram publicados em Blogs jornalísticos.


Um abraço.

A INDÚSTRIA SALINEIRA E O FUTURO DE AREIA BRANCA

*Artigo de nossa autoria publicado no Blog Costa Branca News (www.costabrancanews.com) em 26 de janeiro de 2011.


As constantes oscilações, entre crise e prosperidade, da indústria salineira do Rio Grande do Norte são uma séria ameaça à economia de Areia Branca. A situação, na verdade, é de alto risco. 

A cidade sempre teve seu desenvolvimento ligado à cadeia de produção do sal. Tanto as primeiras barcaças de madeira e propulsionadas a vela como os modernos navios de agora, com avançadas tecnologias, vieram para cá não por outro motivo senão para atender a uma necessidade do comercio salineiro. Pela mesma razão é que foi construído o Porto Ilha e que ainda existe aqui uma filial da Companhia Docas do Rio Grande do Norte (CODERN). Somente a Norte Salineira Indústria e Comércio (NORSAL) emprega quase 1000 pessoas, para não citar números doutras empresas do mesmo setor e também daquelas da área de transporte marítimo. Todas elas, conjuntamente, entre empregos diretos e indiretos, sem nenhum exagero, aumentam aquele número de 1000 em quase dez vezes. Como conseqüência, diversas profissões e atividades locais, ligadas ao comércio e aos serviços, estão relacionadas ao sistema produtivo do sal. Areia Branca não seria como é, e nem pode ser, se não fosse, e se não é, o sal que brota de suas terras e que resulta da evaporação de suas águas.

Assim, os diversos fatores que afetam séria e diretamente a Indústria Salineira do Estado podem provocar um estrago na economia areia-branquense, dependendo da intensidade com que venham a apresentar-se. E quatro deles merecem destaque. 

O primeiro está relacionado aos períodos de vazão contínua da Barragem de Santa Cruz no município de Apodi, que provoca a queda da salinidade do estuário do rio Mossoró, levando a necessidade de captação de uma maior quantidade água para produção de sal, com maior tempo para evaporação e conseqüente aumento nos custos de produção. Se isso já é um problema, uma provável transposição do rio São Francisco para o Rio Apodi-Mossoró não apenas tornará a situação caótica, como acabará com a excelência da qualidade do nosso sal.

O segundo ponto a ser destacado é o baixo preço do produto. Para ter-se uma idéia, em 1994, quando o plano Real foi implantado, o valor de oferta do sal moído em unidades de 25 kg era de aproximadamente R$ 2,08 e o do litro da gasolina era menos de R$ 1,00. Nos últimos anos,  o preço do sal já esteve abaixo de R$ 2,00 e o litro da gasolina se aproxima dos R$ 3,00.

O terceiro item a ser lembrado é a entrada do sal chileno no Brasil. O produto chega isento de taxas e impostos, como conseqüência de acordos do MERCOSUL. Navios chilenos que vêm para nosso país buscar minério de ferro trazem o sal sem custo de frete, pagando somente pelo combustível. Dessa forma, apesar de vir de mais longe, chega com preço mais barato, provocando prejuízos à Indústria Salineira Potiguar. O mais sério é que a importação do sal chileno vem aumentando a cada ano. Em 2002, era de 53 mil toneladas e, em 2009, chegou a cerca de 700 mil, que é mais de 10% da produção nacional. Nesse mesmo ano, somente o porto de Paranaguá/PR, que havia importado do Chile 116 mil toneladas em 2008, importou aproximadamente 170 mil, um aumento de mais ou menos 46%.

O derradeiro fator é a famoso petróleo da camada pré-sal. Toda a expectativa gerada em torno da notícia dessa descoberta já começou a chamar atenção para investimentos, o que, inevitavelmente, fará com que a modernização dos portos e da logística do transporte do sal potiguar não tenha prioridade.

Mas, enfim, ante esse complexo quadro que ameaça a estabilidade econômica de Areia Branca, o que se pode apontar como alternativa? A utilização do Porto Ilha para exportação de outros minérios e de outros produtos, como frutas? O desenvolvimento de outro tipo de indústria, como a do beneficiamento do caju? O investimento na estruturação do turismo? A modernização do setor pesqueiro? A verdade é que nada disso, isoladamente, constitui-se como uma boa opção. Há a necessidade de um projeto de desenvolvimento que englobe vários setores e diminua essa excessiva dependência da Indústria Salineira. Nosso futuro está à mercê disso.

E como seria, então, um projeto como esse? Muito bem... Muito bem eu diria que esse é um tema para uma outra discussão e, também, para os cidadãos de altas posições hierárquicas do município... para as nossas autoridades, especialmente aquelas ligadas à área salineira e de transporte marítimo. Afinal, sou apenas mais um areia-branquense comum, e mortal, no meio de todos os outros.

EM FASE DE TESTE

Amigos Webleitores,

O Blog está em fase de construção e testes. Logo estaremos com postagens regulares.

Obrigado.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

ZÉ JAIME E AS HISTÓRIAS QUE SE FORAM COM ELE

* Trecho de artigo de nossa autoria publicado no Blog Costa Branca News (www.costabrancanews.com) em 27 de julho de 2010.


José Jaime Rolim
Um fato a ser considerado com a morte do ilustríssimo professor José Jaime Rolim é que se vai consigo uma vastidão da história de Areia Branca que ele não pôde registrar em livros ou em outros meios modernos de transmissão da cultura e do conhecimento. Vai-se também grande parte do que estava acontecendo e do que irá acontecer por essas terras, que não poderá mais ser narrado com o seu estilo.

Como são poucos os areia-branquenses que se interessam e preocupam-se em estudar, pesquisar e transmitir a história, a arte e a cultura popular do município, muitos contos, lendas, narrativas e enredos de Areia Branca, que se foram com ele, dificilmente serão resgatados. E quando os poucos conterrâneos que ainda têm esse interesse também se forem, o que é inevitável, a continuidade do registro histórico-cultural e de todos os valores das Tradições Areia-Branquenses estará seriamente comprometida.

Por tudo isso, a morte do professor José Jaime faz "A Terra Salgada das Areias Brancas" se entristecer, chorar, e sentir que agora está menor... bem menor.

domingo, 24 de julho de 2011

"CHICO DE NECO CARTEIRO": O AMOR POR AREIA BRANCA E A OUSADIA DE ENFRENTAR A FUGACIDADE DOS TEMPOS DE HOJE

* Artigo de nossa autoria publicado no Blog Costa Branca News (www.costabrancanews.com) em 20 de novembro de 2010.



Escritor Chico de Neco Carteiro
O mundo do século XXI é consumido pela fugacidade das coisas, dos fatos... e de tudo. Isso não significa somente que os afazeres se cumprem automaticamente tão rápido quanto se exige. A questão é que a duração de tudo é que se faz pequena, que não se permite tardar. Deixa-se passar, e sem se perceber, os dias, as noites, os amigos... e até mesmo os amores. Deixa-se tudo pra lá. É uma realidade onde o instantâneo se mistura com o efêmero. É onde efemeridade e instantaneidade, conceitos que poderiam não ser exatamente a mesma coisa, mesclam-se e confundem-se na rotina das pessoas dos tempos de hoje.


 
Por isso, é tão espantoso testemunhar a ousadia do escritor areia-branquense Francisco Rodrigues da Costa, o nosso “Chico de Neco Carteiro”. Ele desafia a Ligeireza e a Indiferença dessa “Era Pós-Contemporânea”. Atrevesse-se a contar doces histórias de “tempos de antigamente”. Fatos e casos simples vividos por ele. E não tem pressa nesse caminhar. Segura a nossa mão e, com a leveza de sua narrativa, carrega-nos de volta pelo tempo. Num toque sutil de transcendentalismo, causa-nos a sensação de ter vivenciado, em carne e osso, de verdade, tudo aquilo que ele nos conta.


Mas, Chico não pára por aí. Ele sempre vai um pouco mais adiante. Em seu último livro, “Caminhos de Recordações”, lançado em Natal na Livraria Siciliano do Shopping Midway no dia 4 de novembro deste ano, onde estive presente, e a exemplo do que já havia feito em “Saudades” e “Folhas de Outono”, obras anteriores, ele aproveita a oportunidade e escancara, sem nenhuma vergonha, sua enorme paixão pela Cidade de Areia Branca. Chico morre de amores por ela. E faz questão de dizer isso a qualquer um. No derradeiro parágrafo da página 50 de Caminhos de Recordações, ele dimensiona essa paixão pela terra natal, quando escreve: “... condene os meus rabiscos, mas, pelo amor de Deus, me perdoe por não esquecer Areia Branca.”. Um pouco mais além, na página 108, após haver contado que um exemplar de Folhas de Outono faz parte dos Arquivos e Bibliotecas da Universidade de Salamanca na Espanha, Francisco Rodrigues da Costa transpassou todas as dimensões do sentimento ao dizer: “...Fico orgulhoso pelo feito. Mas me envaidece, muito mais, eu ter contribuído, também, para que o nome de minha querida Areia Branca seja lembrado em lugares do Primeiro Mundo...”.


Ante tudo isso, creio em que não me resta nada mais a acrescentar, além de dizer que não sei dizer o quanto me senti honrado em conhecer Chico de Neco Carteiro, uma pessoa que quer tanto Bem à Cidade onde nasci.


AS ELEIÇÕES PARA O CONSELHO TUTELAR DE AREIA BRANCA E AS CONSEQÜÊNCIAS DE RESULTADOS DE CARÁTER "FALSO POSITIVO"

* Artigo de nossa autoria publicado no Blog Costabranca News (www.costabrancanews.com) em 5 de maio de 2011.
               
O exame isolado dos números do recente pleito ao Conselho Tutelar em Areia Branca pode levar-nos a conclusões equivocadas, especialmente se tentarmos compará-lo à eleição convencional para o cargo de vereador. É que existem diferenças significativas entre os dois certames e, assim, se o conselheiro eleito, fazendo sua análise, tentar transformar o total de votos que recebeu num “selo de qualidade” para uma decolagem em direção à Câmara Municipal, poderá estar tendo como base um resultado “falso positivo” que o conduzirá a um final infeliz.

Inicialmente, devemos entender que o número de postulantes a um cargo influencia na escolha do eleitorado. Quanto maior a quantidade de pleiteantes, mais distribuída será a votação e a razão voto/candidato tende a ser menor. Em correlação, o comparecimento do eleitor é um fator que também tem influência nesse índice. Então, sabendo de tudo isso e de que, na eleição à edilidade areia-branquense, há aproximadamente 4 vezes mais candidatos que na do Conselho, fomos buscar, como exemplo, o pleito à Câmara em 2008, e verificamos que foram apurados 16.927 votos e havia 72 candidatos de 4 coligações, com uma relação voto/candidato de 235. Na recente eleição do Conselho Tutelar, os 11.287 votos contabilizados para 17 postulantes resultam numa razão de 663, que é cerca de três vezes maior que a de vereador. Assim, o candidato ao Conselho, naturalmente, tem a tendência de receber uma maior votação.


Outro ponto a observar-se é que a contabilidade do certame ao Conselho é complemente diferente do pleito à Casa Legislativa. No primeiro, cada eleitor escolhe 5 conselheiros e, no segundo, apenas um vereador. No segundo, há a contabilização envolvendo o quociente eleitoral, o que não ocorre no primeiro. Dessa maneira, a quantidade de votos numa eleição não corresponde exatamente à outra, ou seja, se examinados os números estritamente do ponto de vista absoluto, eles são incomparáveis.


Como derradeiro aspecto, sendo a “visibilidade” do cargo de vereador maior que a do posto de Conselheiro Tutelar, a competitividade na Eleição à Câmara Municipal faz da busca pelo voto uma batalha duríssima. Numa campanha eleitoral para vereador, são necessárias estrutura e organização muito mais sofisticadas e, também, grandes habilidades diplomáticas para obter apoios políticos, formar coligações e formular propostas para o povo. Atrair o eleitor é, dessa forma, uma tarefa bem mais árdua para o político que para o candidato ao Conselho.


Portanto, em conseqüência de tudo isso, se quiserem alçar vôo rumo a uma candidatura nas eleições de 2012, os recém eleitos ao Conselho Tutelar necessitam fazer, previamente, uma avaliação minuciosa, considerando inúmeros outros aspectos além do simples resultado do pleito atual, que pode conter somente dados de caráter “falso positivo”. Caso não tenham esse cuidado, a trajetória política dos Conselheiros poderá ter um fim comparado, metaforicamente, ao do Challenger, ônibus espacial norte-americano que, em 1986, explodiu em pleno ar, bem antes de chegar ao seu destino.

TERCEIRO TESTE

Novo teste de postagem. Novo teste de postagem. Novo teste de postagem. Novo teste de postagem. Novo teste de postagem. Novo teste de postagem. Novo teste de postagem. Novo teste de postagem. Novo teste de postagem.

sábado, 23 de julho de 2011

SEGUNDO TESTE

Testando características das postagens.

PRIMEIRO TESTE

Testando o Blog.