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terça-feira, 30 de agosto de 2011

CEMITÉRIOS, ARTES E AS BELEZAS NATURAIS DE AREIA BRANCA

Cemitério de Père Luchaise
Paris
Além de morada eterna, os cemitérios, há anos, têm sido verdadeiras galerias de arte relacionadas à arquitetura e à escultura. Aristocracias, burguesias, oligarquias e outras classes detentoras de dinheiro e poder transformaram túmulos e capelas em suntuosas estruturas, mostrando que, mesmo diante da morte, o luxo ainda se mantém como marca registrada de suas posições sociais. Os Campos Santos se converteram, dessa maneira, em necrópoles de ostentação. E essa necessidade humana de exibir magnificência ante corpos sem vida e já consumidos pela areia é fato notório em todos os lugares do mundo, desde os Cemitérios de Père Lachaise em Paris, de Highgate e de Kensal Green em Londres até os da Consolação em São Paulo e da Recoleta em Buenos Aires.


Cemitério da Consolação
São Paulo
Por aqui, nas Terras das Areias Brancas, ainda não se chegou a esse grau de exibicionismo. Talvez porque, até agora, não tenhamos acumulado riquezas e poder para tanto. Ou quem sabe pelo fato de que, simplesmente, sejamos um povo diferente. Seja por uma causa ou por outra, a realidade é que não temos uma dessas necrópoles em nossas planícies salgadas. Mas, não se sabe a razão, Deus tratou de recompensar-nos. Ele nos deu um Campo de Descanso Eterno de frente para o Oceano Atlântico. É o Cemitério de São Cristóvão, na zona rural areia-branquense.

Cemitério da Recoleta
Buenos Aires
No alto duma colina, com vista privilegiada dum extraordinário contraste entre o azul do mar do Nordeste Brasileiro e o do firmamento, a Morada dos Mortos em São Cristóvão muito mais parece um paraíso. Certamente, se pudessem, inúmeras celebridades históricas, enterradas nos lugares mais famosos do mundo, prefeririam jazer ali a dormir eternamente sob a tristeza de suas terras frias, cobertas de névoas e de céus nublados, contrastando com esculturas de cimento cinza-enegrecidas ou de cobre verde-azinhavre, símbolos da nostalgia.

O retrato de nossa pequena “Necrópole São-Cristovense”, pois,  é de alegria e de luz, reflexo de uma gente que gosta de viver e sentir o mundo da maneira mais pura. São pescadores, agricultores, carroceiros e outros tantos. Para eles, o destino cuidou de oferecer a suntuosidade dos belíssimos mares, terras e céus areia-branquenses.  Um luxo que a Natureza lhes deu e que, até hoje, nenhum aristocrata, burguês, oligarca ou qualquer outro dessas espécies pôde comprar para seus mortos.
 
À esquerda: vista à partir da Colina do Cemitério. À direita, o Cemitério de São Cristóvão.


E assim, ostentar a imponência de belezas naturais ante o sono eterno da morte, por enquanto, é um privilégio apenas do nosso povo e uma marca registrada de Areia Branca.

1 comentários:

Othon Souza disse...

Marcelo, conterrâneo, parabéns por seu blog.
A praia de São Cristovão é uma das mais belas brasileiras.
É um privilégio residir aí.
No momento estou no Acre. Quando de férias, sempre visito esta praia.
Um abraço deste "acreano" , com raízes areia-branquenses.