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domingo, 24 de julho de 2011

AS ELEIÇÕES PARA O CONSELHO TUTELAR DE AREIA BRANCA E AS CONSEQÜÊNCIAS DE RESULTADOS DE CARÁTER "FALSO POSITIVO"

* Artigo de nossa autoria publicado no Blog Costabranca News (www.costabrancanews.com) em 5 de maio de 2011.
               
O exame isolado dos números do recente pleito ao Conselho Tutelar em Areia Branca pode levar-nos a conclusões equivocadas, especialmente se tentarmos compará-lo à eleição convencional para o cargo de vereador. É que existem diferenças significativas entre os dois certames e, assim, se o conselheiro eleito, fazendo sua análise, tentar transformar o total de votos que recebeu num “selo de qualidade” para uma decolagem em direção à Câmara Municipal, poderá estar tendo como base um resultado “falso positivo” que o conduzirá a um final infeliz.

Inicialmente, devemos entender que o número de postulantes a um cargo influencia na escolha do eleitorado. Quanto maior a quantidade de pleiteantes, mais distribuída será a votação e a razão voto/candidato tende a ser menor. Em correlação, o comparecimento do eleitor é um fator que também tem influência nesse índice. Então, sabendo de tudo isso e de que, na eleição à edilidade areia-branquense, há aproximadamente 4 vezes mais candidatos que na do Conselho, fomos buscar, como exemplo, o pleito à Câmara em 2008, e verificamos que foram apurados 16.927 votos e havia 72 candidatos de 4 coligações, com uma relação voto/candidato de 235. Na recente eleição do Conselho Tutelar, os 11.287 votos contabilizados para 17 postulantes resultam numa razão de 663, que é cerca de três vezes maior que a de vereador. Assim, o candidato ao Conselho, naturalmente, tem a tendência de receber uma maior votação.


Outro ponto a observar-se é que a contabilidade do certame ao Conselho é complemente diferente do pleito à Casa Legislativa. No primeiro, cada eleitor escolhe 5 conselheiros e, no segundo, apenas um vereador. No segundo, há a contabilização envolvendo o quociente eleitoral, o que não ocorre no primeiro. Dessa maneira, a quantidade de votos numa eleição não corresponde exatamente à outra, ou seja, se examinados os números estritamente do ponto de vista absoluto, eles são incomparáveis.


Como derradeiro aspecto, sendo a “visibilidade” do cargo de vereador maior que a do posto de Conselheiro Tutelar, a competitividade na Eleição à Câmara Municipal faz da busca pelo voto uma batalha duríssima. Numa campanha eleitoral para vereador, são necessárias estrutura e organização muito mais sofisticadas e, também, grandes habilidades diplomáticas para obter apoios políticos, formar coligações e formular propostas para o povo. Atrair o eleitor é, dessa forma, uma tarefa bem mais árdua para o político que para o candidato ao Conselho.


Portanto, em conseqüência de tudo isso, se quiserem alçar vôo rumo a uma candidatura nas eleições de 2012, os recém eleitos ao Conselho Tutelar necessitam fazer, previamente, uma avaliação minuciosa, considerando inúmeros outros aspectos além do simples resultado do pleito atual, que pode conter somente dados de caráter “falso positivo”. Caso não tenham esse cuidado, a trajetória política dos Conselheiros poderá ter um fim comparado, metaforicamente, ao do Challenger, ônibus espacial norte-americano que, em 1986, explodiu em pleno ar, bem antes de chegar ao seu destino.

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