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domingo, 31 de julho de 2011

VIVA A MANOEL FÉLIX DO VALE, ESSE NOBRE MARINHEIRO !

* Artigo nosso publicado hoje (31/07/2011)  no Blog Costa Branca News (www.costabrancanews.com)
 
Suposta Imagem original  de   N.  S. dos
Navegantes, recentemente  encontrada
em Ponta do Mel
A grande importância das Festividades de Nossa Senhora dos Navegantes este ano em Areia Branca não se resumem ao fato de ser a comemoração de seu Centenário. Vai muito mais além. É que esta festa nasceu do povo.

Não foram Conselhos Eclesiásticos ou nenhuma outra autoridade religiosa que inspiraram o evento, mas a fé de um marítimo-maquinista, homem da gente areia-branquense, chamado Manoel Félix do Vale, que, em maio de 1911, mergulhou em águas bravias para cortar uma corda enroscada na hélice do Vapor Assu, que rebocava a embarcação “Sucesso” de Areia Branca à Cidade do Recife, comprometendo-se consigo e com Deus, caso triunfasse, a comprar uma imagem de Nossa Senhora dos Navegantes para, todos os anos, realizar uma procissão no Rio Ivipanim. O ato heróico salvou os barcos, sua própria vida e a de todos os tripulantes. E ele, ao retornar, deu início ao cumprimento da promessa.
Contudo, houve muitas pedras na trajetória histórica da celebração à Virgem dos Navegantes areia-branquense até que se tornasse o esplendor que é hoje. Fala-se que a idéia de um cortejo marítimo de veneração à Santa dos Marinheiros não foi bem aceita pelo Clero local que, naturalmente, influenciava o pensamento dos representantes político-administrativos da época. E isso, certamente, deve ter sido um dos mais importantes fatores que tornaram muito difícil sustentar a penitência.
 
Procissão na época de barcos à vela e nos tempos de hoje
A dificuldade de manter seu compromisso com a Senhora dos Marítimos talvez tenha sido uma das razões do Marujo Félix ter-se ido de Areia Branca, deixando aqui a Imagem, que, posteriormente, foi levada para Ponta do Mel por seus familiares. Mas, apesar de todos os obstáculos e intempéries, e a exemplo de toda fé que nasce do seio popular, como aconteceu com as “Crianças de Fátima” em Portugal, com Joana D’Arc na França e com tantos outros, a profissão de fé dum marinheiro se transformou em identidade religiosa do povo areia-branquense, fundindo-se, logo, à sua cultura e à sua tradição.
Por isso é que a Celebração deste ano é tão importante. É um Centenário que relembra o jeito de crer de uma gente e sua maneira de demonstrar gratidão a Deus e aos Santos.  E se não fosse assim, uma festa de fé popular, provavelmente, poderiam passar cem, duzentos... mil anos e poucos se importariam com ela. Então, digamos Viva a Manoel Félix do Vale, esse nobre marinheiro, e a Nossa Senhora dos Navegantes, de Areia Branca!

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